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sábado, 23 de abril de 2011



Filho de pais cristãos, Jorge nasceu na Capadócia, região que hoje pertence à Turquia e logo tornou-se um jovem soldado, por volta do séc. III d.c., do Império Romano. Seguidor das palavras do Mestre Jesus, Jorge foi para a Palestina com sua mãe, depois que seu pai faleceu. Na adolescência, Jorge entrou para o exército romano e por ser dedicado e responsável, foi logo promovido a capitão do exército do imperador Diocleciano. Com apenas 23 anos, o imperador lhe concedeu o título de conde, elevando-o a tribuno militar e ao conselho militar, passando a residir na corte imperial em Roma. 

Em Roma, Jorge ficou chocado com a crueldade com que os cristãos eram tratados e começou a dividir sua riqueza entre os pobres. Um dia, quando o imperador Diocleciano declarou seus planos de matar todos os cristãos, Jorge levantou-se e declarou-se contra aquelas decisões, pois, segundo Jorge, os deuses pagãos dos romanos eram falsos deuses e somente nas palavras de Jesus Cristo residia a verdade. Perplexos, perguntaram quem lhe dera tamanha ousadia para falar daquela forma na Assembléia. Jorge então respondeu: "A verdade". À partir daí, iniciou-se uma perseguição implacável contra os seguidores do Mestre Jesus. Diocleciano reuniu todos os senadores e governadores e determinou sua extinção. Misturavam-se todos aqueles que seguiam Cristo, aos ladrões e matadores da época nas prisões romanas. 

Jorge foi torturado de diversas formas a fim de negar sua fé no cristianismo e, após cada tortura era levado à presença do imperador que lhe perguntava se renegaria a Jesus e adoraria aos deuses romanos para livrar-se das torturas. Mas Jorge mantinha-se forte em suas crenças. O imperador não  desistia e numa tentativa de reverter a situação, ofereceu-lhe todas as honras que um romano poderia alcançar desde que negasse Jesus e a Deus. Jorge rejeitou as honrarias e com isso foi mandado para o cárcere debaixo de estocadas de pontas de lança, lá puseram-lhe grilhões nos pés e sobre o seu peito, uma grande pedra. 

No dia seguinte, submeteram-lhe a uma roda grande e cheia de navalhas para que fosse despedaçado. Por baixo da roda havia tábuas nas quais estavam pregadas muitas pontas agudas como canivetes, então puseram-no atado entre as tábuas e a roda. Jorge mantinha-se firme e cantava orações para aguentar. Foi quando diante do Imperador Diocleciano surgiu uma imensa luz branca seguida de um trovão e uma voz soou para que outros ouvissem e disse: "Não temas, Jorge, porque estou contigo". Logo em seguida surgiu um homem vestido de branco em cima da roda, muito resplandecente no rosto, deu a mão ao Santo Mártir, abraçando-o mandou desatá-lo; logo desapareceu aquele varão de tanta claridade e ficou Jorge solto, livre e são dando graças a Deus. Conta-nos os escritos de "Flos Sanctorum".

O imperador não descansou. Mandou Jorge para uma fornalha de cal virgem durante três dias, ordenando que o vigiassem para que não viesse de nenhuma parte ajuda alguma. Mais uma vez Jorge saíra ileso da tortura. O imperador não desistia. Mandou calçar-lhes chinelos de ferro ardente, confeccionados com pregos voltados para cima e, ser levado ao cárcere com açoites e zombarias. Disse Diocleciano: "Agora veremos Jorge, se diante dos nossos olhos fazes milagres!” E continuava a tortura a não lhe fazer efeito. 

O imperador mandou chamar Athanasio, mágico da localidade. Era um feiticeiro a quem Diocleciano ordenou que destruísse Jorge. O mágico preparou bebidas com poderosos venenos para quebrar-lhes a fé e o poder que pensava vir de feitiçaria. Nada adiantou. Como última tentativa de desacreditar os seus poderes, ordenou que ressuscitasse um morto, que ali próximo estava enterrado. Após este feito, não havia como estancar a peregrinação do povo em sua direção. E quanto mais aumentavam seus seguidores, mais o imperador o odiava. Sua maior seguidora foi a própria esposa do imperador, a imperatriz Alexandra que converteu-se ao cristianismo.

Por fim, não obtendo êxito, o tirano cheio de ira mandou degolar Jorge fora da cidade, em Nicomédia, em 23 de abril de 303. Seus restos mortais foram transportados à cidade onde nasceu e mais tarde, o imperador Constantino mandou construir um grande oratório aberto em seu túmulo, para que o culto ao santo fosse espalhado por todo o Oriente. 

São Jorge é considerado um dos maiores santos da Igreja Católica e é santo patrono da Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente da cidade do Rio de Janeiro.

Aqui no Brasil, São Jorge tem uma forte ligação com a Lua. Esta associação acontece porque na Bahia, o santo é sincretizado como Oxossi, orixá associado à lua.

E SALVE JORGE!


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