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domingo, 31 de outubro de 2010

BRUXA OU FADA?


Todos nós, seres humanos, estamos procurando maneiras de minimizar nossos defeitos e exaltar nossas qualidades. Entre Bruxas e Fadas, a escolha da grande maioria é ficar do lado das Fadas, eu particularmente, prefiro as Bruxas.

A tradição diz que são velhas, feias e montam em vassouras voadoras. Em outras versões, as bruxas seriam belíssimas e perigosas, como diabo com rosto de anjo.

Hoje, a palavra "bruxa" não evoca imagens tão comuns: ao contrário, faz pensar em mulheres como tantas por aí, mas que por trás de seu aspecto comumescondem capacidades extraordinárias.

Ser uma bruxa significa principalmente "saber", por isso é preciso estudar a fundo (especialmente aquilo que diz respeito à natureza, à ciência, às antigas lendas e religiões), viver com total respeito à natureza passando pelos reinos animal, vegetal e mineral, meditar bastante para encontrar a própria harmonia e forças interiores. Além disso, toda bruxa tem seu próprio livro de sabedoria, descobertas e reflexões, além de todos os encantos que conhece.


Tive o privilégio de conviver com uma grande Bruxa, no sentido mais amplo da palavra. Para minha mãe, os arquétipos não eram uma entidade abstrata, eram vivenciados como forças vivas, para ela, a terra e o que dela provém, eram reverenciados com um respeito fora do comum. O poder de cura das plantas e o conhecimento profundo de suas propriedades era notório, conhecimento esse, que boa parte era seu, trazia esse conhecimento dentro de si e a outra parte, era minuciosamente estudado. A natureza e suas forças eram extremamente respeitadas e louvadas, seu jardim de flores e plantas tinha uma logística que só ela era capaz de compreender, tudo ali tinha uma relação profunda, harmoniosa e perfeita. Ela conversava com a natureza, compreendia que precisava dela para se manter viva.

Suas poções mágicas? Sim havia e eram na cozinha lá de casa que eram primeiramente elaboradas e devidamente testadas, não é à toa que era uma chef de cozinha de primeira ordem, artista extremamente apaixonada por seu ofício e que dele fez sua profissão de fé. A cozinha exige conhecimentos profundos, a elaboração de um simples prato é uma verdadeira alquimia, uma alquimia que nós simples mortais, não ousamos imaginar. Quem cozinha, precisa ter boa energia, pois essa energia entra como ingrediente principal. Não é à toa que muitas pessoas da alta sociedade paulistana dos anos 70 e 80, não queriam para os seus banquetes outra pessoa que não fosse minha Bruxa.

Minha Bruxa se foi há alguns anos, o que para mim, mais parecem séculos, no mês e quase no dia delas. A vida vive mesmo nos pregando algumas peças, não é que conheci outra Bruxa que simplesmente a-do-ro?!!!  

Ela é uma espécie de camaleoa e vive se disfarçando, ora se apresenta como professora, ora como estudante aplicada, ora como dona de casa, ora como esposa, mulher, mãe e desempenha competentemente seus múltiplos papéis. 

Essa Bruxa conheci na faculdade e, eis que num momento de distração, ela me arrebatou com seu carinho e atenção, além de ter conquistado meu apurado paladar com sua cozinha alquímica. Ela é das pessoas que prefere a alcunha de Fada e até o tema de sua monografia se refere ao assunto, creio que seja mais um de seus disfarces, mas não adianta, eu a vejo e reconheço, sei que faz parte de um seleto grupo que tenho o privilégio de conhecer.

Hoje, 31 de outubro, dia dedicado a elas, a minha homenagem!
Beijos, minha Bruxa Madrinha!!! 
Ao meu lado, a Bruxa disfarçada de Amiga

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O valor da dedicação ao trabalho


Na noite da última terça-feira tive uma oportunidade e um privilégio: conhecer Marina Colasanti. Após o trabalho rumei para o Colégio Sagrado Coração de Jesus onde aconteceria mais um Sempre Um Papo, depois de enfrentar um trânsito maluco caminhei algumas quadras tranquilamente, apesar da chuva. Enquanto caminhava, percebi uma transparência especial no ar daquela noite, ao chegar ao Colégio e penetrar seu espaço, havia uma quietude e silêncio, bastava uma pessoa adentrá-lo para sentir-se imersa em uma vibração de harmonia e contentamento. Segui caminhando com reverência e cada local parecia mergulhado naquela aura de luminosidade sutil.

A vida nos oferta pequenos momentos tão simples, que às vezes nem percebemos sua relevância, aliás, a simplicidade é característica de todas as situações que nos oferece oportunidades de provar a atuação de uma energia como a que pude perceber. Daí a importância de nos manter em constante atenção e receptividade, pois todas as circunstâncias, das mais comuns às mais inusitadas, trazem consigo o ensinamento perfeito para cada momento.

O ensinamento da noite era o valor da dedicação ao trabalho. Por uma “coincidência”, Marina Colasanti lançava seu primeiro livro de memórias, Minha guerra alheia, num espaço que iniciou a comemoração de seus 100 anos e o Sempre Um Papo, que promove esses encontros primorosos, através de seu idealizador Afonso Borges, completa 25 anos de árduo trabalho.


Eu estava ali, como uma espectadora dos acontecimentos, porém, não pude deixar minha percepção guardada no fundo do armário ou mesmo na bolsa que trago sempre comigo. Estava ali, porque quando soube da vinda de Marina a Belo Horizonte para o lançamento de seu livro, só tive o pensamento voltado para a única pessoa que era possível naquele instante, minha amiga Fátima. Estamos em fase de conclusão de nosso curso na faculdade, com nossas monografias aprovadas, aguardamos a última etapa que é a apresentação do trabalho. Acompanhamos as atividades uma da outra e Fátima, escreveu um capítulo de sua monografia relacionado ao trabalho de Marina e como essa gentilmente, havia respondido a um e-mail enviado, acabou ganhando a mais completa admiração, além da que já possuía. Enxerguei nessa vinda, a oportunidade que Fátima esperava para entregar o trabalho completo e impresso à premiada escritora e quando disse que a oportunidade chegara, ela quase não acreditou. O fato é, através do Rafael Araújo, que já trabalhou anos no Sempre Um Papo e hoje dedica-se de corpo, alma e coração inteiro à sua Árvore de Comunicação, o encontro entre Fátima e Marina, aconteceu. E que bonito! Marina delicada, gentil, generosa e atenciosa, a recebeu de braços abertos, juntamente com o respeito e simplicidade por ter alguém em sua frente que se dedicou à tarefa de realizar um trabalho bem feito.


Houve carinho, gestos de delicadeza e até, pequena pausa para foto. Após o encontro emocionante, acompanhamos embevecidas as palavras de Marina Colasanti, que falou de seu novo livro, do seu processo de criação, de seus vários ofícios de mulher, mãe, artista plástica, jornalista, publicitária, entre tantos outros papéis que costumam desempenhar as mulheres admiráveis, ao final, ainda ouvimos uma de suas belas “histórias” contada a pedido de um “Menino de coração inteiro”.



Pelo valor e dedicação ao trabalho que nos proporciona momentos dessa natureza, não tenho palavras para descrever a dimensão desse mesmo trabalho, mas posso dizer que quando a luz dessa certeza brota em nós, floresce também a paz interna que passa a nos habitar e, ainda que experimentemos externamente reações a fatos e acontecimentos, essa paz permanece, incessante, inquebrantável, como um céu sempre estrelado mesmo por detrás de nuvens.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UMA FLOR


Desabrocha.
Não importa onde
Abre suas pétalas pequeninas,
harmoniosas, silenciosas
não têm pressa de ser.
 
Na simplicidade do desabrochar,
desprende toda sua energia
mágica beleza natural,
de um ser tão pequeno
dentro do Universo.
 
Mas que mostra de um modo tão singular
seu potencial, seu perfume, sua cor, sua forma,
tudo tão pleno
é apenas uma flor trazendo
dentro de si a essência do Criador.
 
De suas sementes germinarão
novas plantas que crescerão, florescerão
serão uma nova flor,
simplesmente uma bela flor.
 
Cumpre-se assim a roda de ser,
no giro da ciranda da vida
no vai e vem do tempo,
infinito que não se apaga, se eterniza.
 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA

        
          O Horário Político Brasileiro é um espetáculo estarrecedor, paro em frente à TV entre incrédula e chocada.
          Sabemos que não é de hoje que tais espetáculos acontecem, porém, a cada eleição a coisa só faz piorar e o que mais me incomoda, é saber que muitos desses candidatos ainda conseguem votos quando não deveriam nem pleitear a um cargo público. Não sou radical, porém, sou da opinião de que para se pleitear uma vaga a um cargo político, deveria ao menos existir critérios, assim como existem para se realizar uma prova de concurso público e também existem critérios para candidatar-se a qualquer vaga em qualquer empresa. E não vale dizer que sim, existem critérios, que ser alfabetizado - alfabetizado aqui quer dizer saber assinar o nome - ser maior de vinte e um anos, ter filiação partidária, que isso não dá para engolir.
          Minha indignação torna-se maior quando percebo que conseguir se eleger tornou-se sinônimo de bom salário – leia-se aqui; salário ganho sem nenhum esforço ou ainda bastando marcar presença, trabalhar dois ou três dias na semana, ter à disposição um gabinete com assessor, secretários, ajuda de custo para comprar terno, auxílio moradia, passagens aéreas, carro com motorista e mais um sem números de “vantagens” - despesas pagas com nosso dinheiro.
            O fato é: enquanto achamos graça de candidatos como Tiricas, Marcelinhos, mulheres Pêra, Melancia e a feira toda, acreditando que não é possível que figuras como estas possam ganhar uma eleição porque não têm chance alguma, quando na verdade, eles não só conseguem ganhar como nossos legítimos representantes, como usufruem do nosso dinheiro numa boa, enquanto a gente continua achar graça - talvez da nossa própria incompetência. Não podemos ser tão omissos, porque se eles assim se apresentam, é com nossa permissão.
          No dia de hoje em que o 188º aniversário da proclamação de Independência de Portugal é comemorado ou festejado, me pergunto se temos motivos reais para comemorações...
          Precisamos, de fato, de Independência!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A ARTE DE SER LEVE


O título da postagem de hoje é para falar do novo livro de Leila Ferreira, essa pessoa encantadora e de sorriso vasto.

Se antes eu gostava dela como entrevistadora do programa Leila Entrevista agora, gosto mais. Há quase dois anos tive a sorte grande de conhecê-la através do meu trabalho na Árvore de Comunicação e posso garantir que ela é mesmo apaixonante.

Seu primeiro livro leva o nome do antigo programa da TV, onde de forma bem humorada nos conta sobre os bastidores de algumas das muitas entrevistas que realizou, as loucuras e as saias justas desses bastidores para conseguir levar ao ar o programa. O segundo livro intitulado Mulheres Por Que Será Que Elas...? não perde o tom do bom humor e aprofunda nesse nosso vasto universo feminino que é uma loucura e visto sob a ótica que nos é apresentado, somos capazes de esquecer o mundo ao redor na hora em que estamos lendo. Aliás, o livro é tão bacana que para mim virou símbolo de qualquer data que significasse presentear e o mais legal – não tem quem não goste. No círculo das amigas o título foi tão bem aceito que virou uma espécie de corrente ou vírus e funciona assim; eu o dei de presente para uma amiga que gostou tanto que resolveu presentear uma outra, como a outra que ganhou (e também adorou) tinha um aniversário achou que seria um presente e tanto e assim vai caminhando até hoje. As histórias são tão divertidas que acabaram virando tema das conversas na roda de amigas, desculpa para o papo ficar ainda melhor, arrancar risadas deliciosas e aparecer mais casos engraçados. Muitas vezes choramos de tanto rir com as ilustrações feitas por Leila e a coisa mais interessante nisso tudo, é que através das histórias vamos nos dando conta de que precisamos refletir para não ficarmos mais insanas do que já somos habitualmente.


 
Chega às livrarias o mais novo título de Leila – A arte de ser leve, que trata do que ela considera fundamental: Gentileza, Bom Humor, Leveza. Leila viaja por esse país afora dando palestras, tratando desses temas como quem lança sementes para quem sabe, ver suas sementes florescerem na esperança de termos um lugar melhor para vivermos. Como vivemos um tempo em que tudo é para ontem, as pessoas andam se esquecendo de pequenas atitudes ou gestos de delicadeza que acabam ficando relegados a segundo plano. “O estresse virou desculpa para tudo, até para o que não tem desculpa”, diz e arremata: “As pessoas estão tão preocupadas em consumir chá verde, ração humana, fazer longas caminhadas diárias para não engordarem e acabam esquecendo que o espírito está adquirindo uma obesidade mórbida por conta de tanto mau humor, tanto egoísmo e tanta falta de educação”.

No lançamento do livro feito através do projeto Sempre Um Papo na noite do último dia 10 de agosto, Leila disse não considerar que seu livro seja uma receita, ela não tem a menor intenção de ensinar a qualquer pessoa como se tornar mais leve, diz ainda que persegue o desejo de se tornar uma pessoa assim e nos mostra através de suas narrativas (leves), que nem tudo está perdido. Há um pequeno detalhe nisso tudo, mas é mínimo mesmo, Leila é perfeccionista, dedicada e incansável em sua preocupação com os temas da tríade  gentileza, bom humor e  leveza, vai disseminando-os por onde passa, é a sua bandeira. Não só na teoria, mas na prática que é o fundamental - sim, Leila é das pessoas mais educadas, gentis, bem humoradas e encantadoras que já tive a oportunidade de conhecer – se isso não for leveza precisarei de uma nova definição.

Para quem perdeu o lançamento de A arte de ser leve pelo Sempre Um Papo, poderá conferir toda a simpatia da Leila de perto. É que amanhã – 25/08 – ela estará autografando seu novo livro na livraria Leitura do Shooping Cidade a partir das 19h.
Foto: Gabriel Araújo

domingo, 25 de julho de 2010

CURRICULUM LATTES


I – Dados Pessoais:
Meu nome é Otimismo.
Tenho a idade necessária pra saber distinguir quando alguém quer comprar meus princípios mesmo quando eu não os queira vender. Mas isso não me oprime, nem me deixa tolhida.
Sou uma mulher de palha: quando chove fico flexível; quando o sol esquenta o meu dia, fico seca e rígida; e me dobro apodrecida quando chega a noite eterna.
Isso, porque apodrecer faz bem a alma!
Sou otimista – digo – acredito no mundo e nas pessoas.
Acredito também que, apesar da conveniência atual me levar a dizer isso, o meu cerne não fica corrompido.
 

II – Área de Atuação:
Minha área de atuação é a alma humana, mas também pode ser o coração ou o espírito. Não tenho restrições. Sou a chamada Malabarista de Plantão!
Não que eu seja pedante! (Na verdade o que me importa é o trabalho. Por isso quero mentir! Mentir deslavadamente! Mas sem me corromper, insisto). Procuro me informar. Também me mantenho informatizada e falo as línguas estrangeiras de cada indivíduo em particular.
Estou personalizada, configurada, mas não ajustada ao sistema. Minhas impressões digitais mudam como as cores do camaleão. Sou uma peça de quebra-cabeças que se encaixa em qualquer lugar.


III – Formação:
Na maior parte das vezes sou autodidata. A solidão me ensina muita coisa, me revela mundos!
Tenho uma vasta formação acadêmica que faz de minh’alma anêmica, uma sublime alma. Precipito-me sempre em erudição no solo erodido do meu coração, pra ir ter com as trevas – a luz.
Sei de tanta coisa!... que as mantenho esquecidas no escuro.
Na universidade, uni meus versos sem idade e descobri a ignorância.
Desenvolvi a arte de mentir melhor, enganar com palavras e a fazer trocadilhos irritantes. (Dever também se aprende).
Saí com um curriculum vitae em latim dos cachorros e caí num grande mercado turco – o mundo.
A depressão parece ser endêmica, isso porque a vi somente em meus companheiros que se importam com os resultados dos quatro anos de labuta e descontentamento.
 

IV – Experiência Profissional:
Tenho experiência com sistemas operacionais que excluíram meus desejos e ambições. Vendo produtos que sugam a essência da alma e do espírito humano para dentro das máquinas, das placas e cartazes de propaganda.
Também já manipulei opiniões e vendi mentiras, não as minhas mentiras, o que é muito pior!
As falsidades que vendi furtaram minha dignidade, hoje minha alma corrupta arrasta em silêncio as correntes da minha escravidão. Entrego-me.
Minha vontade está à venda nas esquinas. O mundo prostituto violou minhas esperanças.
A Política a qual tive a experiência de namorar, tornou-se uma cafetina depravada e sem escrúpulos.
Tenho experiência com máquinas, mas ainda não me tornei uma, resta-me o sangue e a carne em meio aos meus fios e parafusos, resta-me o suor.


V – Atividades Extra-Curriculares:
Faço trabalhos voluntários numa pedreira, marretando palavras como pedras duras. O sol infernal frita as imagens em meu cérebro, imagens que me espetam o coração e molham versos nos lábios dos meus anjos mudos e vazios.
 

VI – Assinatura:
Assino o meu nome embaixo de tudo que leve sinceridade e descanso a sepultura. De tudo o que deva ser a verdade sem demagogia; meu epitáfio não será um poema ilustre, nem uma frase de emoção ou impacto n’alma. Será apenas um digno “adeus” aos que Amo, seguido de meu nome:
Algo que não importa.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A Todos os Amigos

         

          Hoje, data em que se comemora o “Dia do Amigo” quero dedicar este post a todos os amigos que possuo.

          Vinicius de Moraes certa feita assim escreveu: “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles...”, assim também sinto.

          Os amigos já foram homenageados em belas canções, além disso, foram cantados em prosa e verso, eu mesma tenho um post neste Blog dedicado ao tema, Oscar Wilde, na sua genialidade também já brindou a amizade escrevendo sobre o mesmo tema uma das coisas que considero mais lindas, inspirado talvez pelo valor de uma bela relação desse tipo.

          Creio na importância de declarar nosso amor para as pessoas que amamos e esse texto tem essa intenção. Tenho muitos amigos e todos são especiais à sua maneira, o fato é: sem meus amigos estaria perdida, amo cada um deles.

          Tenho uma amiga que nos consideramos irmãs – e somos irmãs de alma – costumamos dizer que somos gêmeas, podemos ficar um tempão longe uma da outra, mas quando nos encontramos o diálogo é retomado como se tivéssemos estado juntas ontem, sem contar que sempre sabemos como a outra está. Às vezes ficamos até muito tempo sem ao menos falarmos ao telefone, mas, quando bate aquela saudade que não dá mais para segurar, sempre damos um jeitinho de driblar a correria que o dia-a-dia nos impõe para nos ver.

          Há amigos que são nosso porto seguro e minha “irmã gêmea” é o meu, ela nunca me faltou. Lembro-me bem do primeiro encontro que tivemos: ela com um nariz vermelho de tanto chorar a morte de seu cachorro e eu perguntando o que tinha acontecido. Reconhecemos-nos logo de cara e ela é o tipo de pessoa que escolhi para fazer parte de minha vida. Já rimos muito juntas, também já choramos, porque a vida é feita dessas coisas, compartilhamos momentos marcantes da vida uma da outra, nossa relação foi construída assim, nesse cotidiano atribulado como é o da maioria das pessoas. Vibramos com as conquistas uma da outra, brindamos nossas alegrias, choramos nossas tristezas, enfim, sempre compartilhamos o que acontece em nossas vidas. Somos presentes uma para outra. A conversa é sempre cheia de carinho: “Não estou suportando mais de saudades de você. Quando podemos nos ver?” Às vezes, o “você sabe que eu te amo?”, vem depois de uma conversa banal ao telefone ou no final de um e-mail trocado, noutras, é olho no olho. Há momentos em que palavras são dispensadas: basta o abraço forte em que somos capazes de ouvir o coração e os olhos se enchem de lágrimas.

          Minha “irmã gêmea” me conhece como poucos, me compreende sem que eu precise pedir, ela lê minha alma, talvez por isso, tenha escrito esse texto em homenagem ao dia do amigo, inspirada em uma amizade que me estimula a expressar para os outros amigos o amor que sinto por eles e dizer o quanto são importantes.

          Que todos os amigos sintam-se abraçados, beijados, acarinhados e mais uma vez digo: UM BRINDE A AMIZADE!


quinta-feira, 13 de maio de 2010



Mãe, esse maior mistério que a vida me doou
esse coágulo de sangue morno
qual vermelha montanha viva que eu escalava para me livrar das feras
em cujo pico me deitava para desfrutar da brisa
e me ocultava em suas encostas para me refugiar dos tiros
Mãe, Amor!

Quando ainda criança brincando de andar
me joguei pela primeira vez do muro
amparou minha queda com firmeza
E me joguei de novo, e tantas outras vezes
você amparou minha queda com firmeza
Depois aprendi a me equilibrar no muro
e caminhar por suas bordas estreitas
Então me soltou, me sorriu
mas me acenou com tristeza

Minha Mãe,
mas quando você escorregou em tua forte caminhada
eu não soube amparar tua queda com firmeza,
pois sou tua filha, também não soube te sorrir
só sei que também te acenei com muita tristeza
E tua queda, Mamãe, certamente cravou meu coração
eterno aprendiz do teu amor.


domingo, 9 de maio de 2010

Um sábado no Mercado Central de BH


         
          Quem esteve no Mercado Central no sábado (08/05), teve o privilégio de presenciar um momento de encantamento.

          Neste que é um dos pontos mais movimentados e queridos de nossa capital mineira, o sábado transcorria como outro qualquer, algumas pessoas seguiam sua rotina de compras para o final de semana, outras já começavam a se reunir com os amigos para experimentar, ou disputar um lugar para provar o jiló que este ano é o ingrediente principal de um dos eventos gastronômicos de maior popularidade por aqui; o Comida di Buteco, outras pessoas ainda, estavam por ali apenas caminhando pelas ruas estreitas do Mercado como manda a tradição, saboreando uma água de coco, comendo um pedaço de abacaxi. Enfim, toda essa rotina seguia normalmente se não fosse por um fato inusitado. No burburinho num dos pontos do Mercado, surge do meio dos transeuntes, cantores interpretando trechos de uma das árias da ópera La Traviata de Giuseppe Verdi. As pessoas param encantadas para assistir, ou melhor, dizendo, para se emocionar. Um sujeito saca seu celular do bolso, faz uma ligação e diz: “- Meu amor, só escute!” – coloca o celular para cima para captar o som e transmiti-lo ao seu amor (que declaração! – penso).

Eliseth Gomes

          Num segundo uma pequena multidão se formou naquele ponto, a equipe de reportagem captava as imagens para a transmissão nos jornais locais, eu que estava ali junto com meus colegas de curso e nossa tutora que concordou em dar uma pausa nas atividades e provas que teríamos no dia, não sabia se fotografava, se cantava junto ou se chorava. Fátima, amiga de faculdade, se ocupou dessa tarefa em meu lugar, optei em fotografar. O fato é que estavam todos embevecidos, talvez muitos quisessem que aquele momento fosse prolongado, tamanha beleza do canto, da música e do momento, afinal de contas, não é todo dia que somos brindados com momentos assim.

Eliseth Gome e Marcos Paulo

          Fim da música, fim das fotos, é hora de voltar para a faculdade e retomar o que interrompemos para acompanhar essa intervenção. Pena, um dia tão lindo, que apenas estava iniciando, poderia se estender com uma ida à Praça da Liberdade e continuar com um sarau!

          Para quem não teve o privilégio que tivemos e quiser conferir, La Traviata abrirá a temporada de Óperas 2010, no Palácio das Artes de 18 a 27 de maio, vale à pena conferir.



Fátima - após a apresentação sendo entrevistada por Ricardo Soares (virou global!)
 
Ao centro, Eliseth Gomes, solista que interpreta Violetta Valéry em La Traviatta- show de simpatia e gentileza.
Da esquerda para a direita Bruna, Maria Alice, Fátima e Mariângela


Curiosidade: Uma intervenção como essa, foi realizada no Mercado Central da cidade de Valencia, na Espanha em novembro de 2009. A que aconteceu sábado - 08/05 no Mercado Central de Belo Horizonte, foi a primeira a ser realizada no Brasil.
Veja o vídeo feito por Paulo Cunha:

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Codisburgo e a personagem fugida de um livro

          Carnaval, muitos querem uma farra boa para extravasar a energia, som nas alturas, noites inteiras de folia e bebedeira, há quem goste. Outros preferem a calmaria, longe da agitação fazem de sua folia momentos de paz e tranquilidade  para recompor a energia. Comigo foi assim, calmaria, traquilidade e paisagens de se tirar o fôlego, literalmente.

         

          Estive em Codisburgo, terra de meu ídolo Guimarães Rosa, para um passeio. Já tinha visitado a Gruta de Maquiné quando criança, porém, não entrara na cidade. Dessa vez, iria visitar a Casa onde Guimarães nasceu e passou a infância, mas infelizmente, devido ao feriado prolongado do carnaval, adivinhem: isso mesmo, tudo fechado. Ainda assim, fiz um passeio pela cidade e me senti privilegiada em pisar no lugar onde nasceu um gênio que revolucionou e deu sua enorme contribuição para nossa Literatura. Como costumo considerar, Minas realmente é o berço da Literatura.Ah, Minas, Minas querida!

          Claro que a viagem não foi perdida, aproveitei também para voltar à Gruta de Maquiné e revisitar suas belezas, ao entrar novamente na Gruta após quase trinta anos, uma emoção tomou conta de mim e pude perceber que me lembrava perfeitamente de quase tudo.
          A gruta foi descoberta em 1825 pelo português Joaquim Maria do Maquiné e pesquisada, cientificamente, em 1834, pelo dinamarquês Peter Wilhelm Lund Lund e considerada uma das mais belas do mundo. Lund assim descreveu a gruta; “A mais rica imaginação poética não saberia engendrar uma tão esplêndida morada para os seres maravilhosos; diante desta notável gruta; ela seria forçada a confessar sua impotência... Quanto a mim, confesso que, seja quanto à natureza, seja quanto à arte, jamais contemplei algo tão maravilhoso.” A Gruta de Maquiné tem uma extensão de 650 metros, 18 metros de profundidade, uma temperatura que varia entre 18º e 22ºC e uma área de 12.000m².

 
           O ponto alto de revisitar Maquiné, foi conhecer uma figura que atende pelo nome de Luís. “Seu” Luís para mim, é uma personagem saída de algum livro, ele é bem humorado, alegre, brincalhão e gosta de pregar peças na gente. Trabalha no estacionamento da Gruta e faz as vezes de recepcionista, e que recepcionista! No estacionamento, enquanto esperava para subir para a entrada da Gruta, acendi um cigarro e ele me pergunta:
          - Você fuma?
          Eu já achando que ele iria me pedir um cigarro ou dizer que fazia mal, etc, etc, eu devolvi a pergunta:
“sim, o senhor aceita um?” ele me responde com o ar mais sério do mundo:
          - Não, obrigado, eu parei... -  e já tirando o maço do bolso da camisa - tem dez minutos que eu não fumo! - caio na gargalhada e pergunto; "como o senhor se chama?"
          - Me chamo Luís, mas pode me chamar de Luís Preto, que é como todos me conhecem. -  A partir daí, “seu” Luís já tinha virado amigo de infância! Como continuava esperando para subir, “seu” Luís me diz bem baixinho:
          - Não sei se já liberaram a gruta -  e eu pensei: “era só o que me faltava, além de tudo, essa gruta estar fechada justo hoje”, fui logo perguntando: “está fechada hoje?” e ele:
          - Não, eles vão abrir, mas não sei se já liberaram porque encontraram uma cabeça dentro de uma sacola lá dentro hoje bem cedinho -  “que horror!”, exclamo. E ele com a cara mais lavada do mundo:
          - Mas não se preocupe, é uma cabeça, mas é uma cabeça bem pequena de repolho. Caio na gargalhada e peço para ele pregar a peça nos outros e fico só olhando.
           “Seu” Luís é realmente uma personagem fugida de algum livro! Deseja a todos uma boa visita, sempre com uma alegria de estar ali, que contagia, ajuda os motoristas a acharem uma vaga melhor na sombra, orienta que há mais vagas na parte superior do estacionamento, diz que ali “está bem guardado”. Depois do passeio, volto a encontrar com “Seu” Luís que vem logo com outra pegadinha:
          - Você sabe porque a loira colocou leite dentro do pastel?
          “Não “Seu” Luís” – respondo.
          - É para beber leite “pausterizado”!
           Respondam: é ou não é uma personagem?!!! E “Seu” Luis ainda brinca:
          - Tenho 92 anos, vou ficar mal humorado por quê? Dessa vida a gente só leva alegria!
          - “Seu” Luís o senhor tem 92 anos?!!! Vai precisar me ensinar o seu segredo!!! E ele solta:
          - Não tá acreditando? Então pergunta pro finado meu avô! -  Agora tenho absoluta certeza; “seu” Luís fugiu de algum livro!!!
          Na hora da despedida, ele fica solene, tira o bonezinho e diz;
          - Vão com Deus, eu peço para todos que passam por aqui, que não corram na estrada, vocês não precisam de pressa para chegar, precisam chegar bem e com segurança. Essas estradas são muito perigosas, para quê facilitar? Nossa Senhora Aparecida acompanhe vocês.
          Abraço “seu” Luís, peço uma foto e ele me abraça para a pose todo satisfeito. Nos despedimos e digo a ele o enorme prazer que tive em conhecê-lo. Olho para trás e ainda vejo “seu” Luís acenando com o bonezinho na mão.
          Quando voltar a Codisburgo novamente para visitar a Casa de Guimarães, a Gruta será passagem obrigatória para levar o meu abraço ao “seu” Luís, personagem que fugiu de algum livro!

          Agradeço à Luzynha, sem a qual não seria possível o registro da foto com "seu" Luís depois do tombo que levei dentro da gruta e minha máquina foi para o espaço!
          Valeu Luzynha!!!

         










terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Viva Iemanjá!

 
 
“Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta”.

Jorge Amado

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Das vantagens de ser bobo - Clarice Lispector


Vivem me chamando de boba, então resolvi postar hoje o texto da Minha Estrela Clarice que fala por mim:
-Sou boba mesmo, e daí?!

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector, 12 de setembro de 1970.



sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SAUDADE



Saudade, a palavra que só existe em português,
 mas cujo sentimento é universal.
Nostalgia do que já passou. Do que foi.
Sentir saudade é bom,
mas que a saudade gere esperanças de novos começos,
para que se viva mais plenamente o presente.

Dia da Saudade

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

De Corpo Inteiro - Entrevistas

    

     Quem me conhece bem, sabe da minha paixão pela literatura, música, cinema e coisas afins.Vivo espalhando o amor pela Minha Deusa – leia-se aqui Maria Bethânia Viana Telles Velloso – que quando nasci já brilhava nos palcos dessa vida.

     Outra paixão, Minha Estrela: Clarice Lispector, descoberta ainda menina e que não me canso de admirar, eu e muitos outros. Interesso-me por tudo o que se refere à Clarice, tudo mesmo e hoje ao abrir o jornal, em meio a tantas notícias nem sempre agradáveis de ler, para minha surpresa, me deparo com uma página inteira do caderno de Cultura do Estado de Minas trazendo Minha Estrela como destaque. Trata-se De Corpo Inteiro- Entrevistas, que, segundo a sobrinha neta de Clarice, Nicole Algranti, produtora, diretora e roteirista, “o filme teria sido um documentário, se todos estivessem vivos, mas passou a ser uma ficção com pitadas de documentário.”

     Não importa, o fato é que Nicole Algranti escolheu algumas das entrevistas marcantes feitas por Clarice e deu vida a um projeto que, talvez, tenha rondado seu subconsciente por muito tempo. Algumas atrizes de peso encarnam Clarice em suas entrevistas com personalidades do meio cultural brasileiro para a revista Manchete entre 1968 e 1969 e atores para dão vida aos entrevistados, porém, os entrevistados que estão vivos foram convidados a responder as mesmas questões de Clarice. Fico imaginando a riqueza de uma época!

     Como se não bastasse reviver um período que não vivi, o tema da trilha sonora foi composto por Frejat, mas há a música inspirada por texto da própria Clarice retirado de Água Viva que Cazuza musicou e que é interpretada por Adriana Calcanhoto. O DVD traz ainda o Making Of e curta metragem O ovo, narrado por ninguém menos que Minha Deusa: Maria Bethânia.

     Curta um pedacinho do Making Of:
http://www.youtube.com/watch?v=PlUz0OPeSlU

domingo, 24 de janeiro de 2010

SÃO PAULO

     Dia 25 de janeiro é comemorado o Aniversário da Cidade de São Paulo. É dia de festa para os paulistanos!Em 25 de janeiro de 1554, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o Colégio dos Jesuítas, com a intenção de estabelecer um colégio para a educação dos indígenas da região. O Páteo do Colégio, no centro da cidade, é considerado o marco zero da fundação de São Paulo. O lema da cidade presente em seu brasão oficial é constituído pela frase em latim “Non ducor, duco” que significa: “Não sou conduzido, conduzo".
   

     A cidade recebeu esse nome, porque no dia 25 de janeiro a Santa Igreja celebra a conversão do Grande Apóstolo Paulo, tornando-se São Paulo e assim, dando seu nome à cidade.

     Às vésperas de completar 456 anos, o Ibope publicou uma pesquisa em que 57% dos paulistanos se declararam insatisfeitos com o bem-estar da cidade e se pudessem deixariam de viver na maior metrópole aquariana do país. Como paulistana, vejo isso com tristeza, mas também com bons olhos.

     É triste porque gostaria que minha cidade fosse um lugar primoroso, onde os problemas históricos como a violência, o caos no trânsito, os alagamentos constantes, os problemas de moradia, a poluição tivessem sido superados ou no mínimo, tivessem perspectivas de serem solucionados. Com essas questões solucionadas, aliadas às coisas boas que São Paulo oferece – vida cultural efervescente, uma gastronomia diversa e rica, uma cidade que parece ter lugar para todo mundo – fizessem dela a melhor cidade do mundo, que cá para nós, está longe de se tornar realidade.

     Ao mesmo tempo, é confortante perceber que os paulistanos têm consciência dessas deficiências, e povo com senso crítico é sempre melhor que aquele que tenta tapar o sol com a peneira – como é o caso dos cariocas que teimam em dizer que o Rio é o paraíso, quando sabemos que vive num estado de guerra e com tantos problemas de infraestrutura quanto São Paulo.Tenho certeza de que se fizessem uma pesquisa semelhante no Rio de Janeiro, o resultado seria o oposto ao da capital paulista.


     Não é realmente saudável viver num lugar onde se perde duas horas no trânsito ou numa fila de banco; onde a cada chuva as pessoas perdem a vida ou tudo que construíram com esforço; onde não se pode sair às ruas com tranquilidade; onde a poluição mata tanto como qualquer ataque do coração e onde o lixo toma conta das ruas.

     Como brasileiros temos que desejar uma vida melhor em todos os sentidos. Não podemos nos contentar com pouco porque é isso o que querem os governantes corruptos e sem responsabilidade social. Enquanto nos considerarmos o povo mais feliz do mundo, os políticos não vão fazer a parte deles. O primeiro passo é usar nossos olhos para enxergarmos nossas misérias, conduzir e não deixar-se ser conduzido como diz o lema de nossa bandeira.

     A São Paulo declaro o meu amor incondicional e desejo que  essa metrópole e sua gente diversamente rica, realmente possa ter dias bem melhores!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Saiba

Saiba: Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu
                                 Arnaldo Antunes


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Para cada momento



Machado de Assis, para os dias que passam mais devagar
Drummond para o início do outono, onde há uma brisa anunciando que dias mais frios estão por vir
poesia de Elisa Lucinda, para as tardes de folga
crônicas de Lia Luft, para qualquer hora
Rubem Alves para feriado prolongado
Clarice Lispector para minhas noitse de insônia
Érico Veríssimo para saudades da infância
Fernando Sabino para relaxar,
Adélia Prado para vivenciar epifanias com extraordinária beleza
Piaget e Paulo Freire para trabalhar,
Gabriel Garcia Marquez para aprofundar
Guimarães Rosa para divagar e se emocionar
Maurício de Souza para viagem de férias
e segundo caderno de um bom jornal para o banheiro
Para cada momento da vida, a leitura é companheira fiel e prazerosa
E você? Quais são os seus companheiros?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Possibilidades



2010 com um jeito novo, com um nome novo!
Assim se apresenta Mundo de Infinidades, porque tudo são possibilidades...
Para começar o ano, apenas um curto recado:


A vida é passagem
Quem não tem
alma nua
retire sua bagagem!


Um 2010 cheio de infinitas possibilidades para todos!