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segunda-feira, 21 de março de 2011

FELIZ ANO NOVO!



O Equinócio de Outono traz a transição entre o signo de Peixes, o último do Zodíaco, e Áries, o primeiro. Os raios do Sol incidem nos hemisférios Norte e Sul de forma igual (daí o nome “equinócio”) e o dia e a noite se equilibram, tendo 12 horas cada. Este momento de harmonia na Natureza, que dá fim ao Inverno no Norte e ao Verão no Sul, marca o Ano Novo Zodiacal. É como se fosse um réveillon astrológico, ideal para você começar uma nova fase com o pé direito

Apesar de um grande número de pessoas não ter mais uma experiência profunda do ciclo da Natureza e dos detalhes envolvendo o cotidiano a cada estação em especial, como acontecia no passado, o Equinócio de Outono/Ano Novo Zodiacal tem uma importância cósmica enorme, porque a Natureza renasce, o Norte e o Sul do planeta se equivalem energeticamente e a vida se renova.

Quando estamos verdadeiramente conectados ao ciclo cósmico da Natureza, Peixes - o último signo do Zodíaco - revela toda a profundidade emocional e espiritual de completar a jornada através dos doze signos, capaz de levar as pessoas a uma nova percepção de si mesmas e da realidade que as cerca: a um novo ciclo de vida, enfim. Representando a culminância de experiências complexas, Peixes evidencia o término de mais um ciclo após 12 meses.

Áries, o primeiro da série zodiacal, é o signo que marca a luta pela vida através da sobrevivência biológica. Nele, a alma ainda está envolvida com a necessidade de se afirmar no reino da Natureza, encarando e vencendo as intempéries. A transição para o novo ano pede que você absorva tudo o que viveu nos últimos 12 meses, faça um balanço, jogue fora o que não precisa mais, renove as suas energias físicas e psíquicas e estabeleça novas metas para o próximo ciclo.

Faça e planeje o novo/diferente. As mudanças estão aí e desejam acontecer! Feliz Ano Novo!

BETHÂNIA E AS PALAVRAS



Olho de Lince 
Quem fala que sou esquisita hermética
É porque não dou sopa estou sempre elétrica
Nada que se aproxima nada me é estranho
Fulano sicrano e beltrano
Seja pedra seja planta seja bicho seja humano
Quando quero saber o que ocorre a minha volta
Ligo a tomada abro a janela escancaro a porta
Experimento tudo nunca me iludo
Quero crer no que vem por ao beco escuro
Me iludo passado presente futuro
Revir na palma da mão o dado
Presente futuro passado
Tudo sentir de todas as maneiras
É a chave de ouro do meu jogo
De minha mais alta razão
Na sequência de diferentes naipes
Quem fala de mim tem paixão.

Maria Bethânia Viana Telles Veloso é o nome dela, aos sessenta e quatro anos de idade e quarenta e seis de carreira, ela é hoje um clássico da música popular brasileira, já foi elevada ao patamar de grandes nomes da música mundial como Edith Piaf, Nina Simone e Ella Fitzgerald. Recentemente, foi condecorada com a honraria do mérito da "Ordem do Desassossego" que tem como intuito premiar e valorizar os esforços de pessoas ou entidades na divulgação da obra do poeta português Fernando Pessoa e, ela foi considerada a maior divulgadora da obra do poeta no Brasil.

 Bethânia já não cabe apenas nos rótulos de romântica, brejeira ou artista de massa, dessa maneira, chegou a Belo Horizonte esse final de semana para lançar seu novo projeto “Bethânia e as Palavras” que teve início aqui mesmo em 2009, quando a convite da professora e doutora em estudos literários da UFMG Lúcia Castelo Branco, participou do Ciclo Sentimentos do Mundo.
  
É preciso dar-lhe o crédito necessário, afinal, poucos artistas têm a ousadia e confiança para se lançar num projeto como esse, porém, Maria Bethânia além de dar voz às canções, sempre as carregou de poesia, que, aliás, tem como sua marca registrada, interpretações  e leituras de textos durantes seus shows, o que costuma levar a platéia ao êxtase.

Dessa vez, não foi um show como seu público está acostumado a ver, mas como ela mesma fez questão de ressaltar um “exercício de delicadeza”, e cá para nós, quanta delicadeza! Acompanhada de seu fiel escudeiro, o violonista e maestro, Jaime Além e o percursionista Carlos César, em uma hora e vinte minutos, Bethânia – a Majestade – brindou seus súditos com a delicadeza de textos impecavelmente selecionados, alternando leitura e música, além de arrancar lágrimas de uma platéia emocionada e sensibilizada pelo encantamento da voz das sereias que ela tanto gosta.

O espetáculo se desenvolveu sob o signo da sensibilidade, da forte vontade de causar encantamento nas pessoas de forma direta. Sem conceitos fortemente intrincados, o público viu sua estrela brilhar mais próxima da terra. Bethânia afagou a platéia, ofereceu momentos de fruição, ela conseguiu – e consegue – silenciar o teatro para que todos ouçam e apreendam o que de novo, belo e intimista tem a apresentar. Há um sertão nos harpejos da viola. Um luar esquecido a brilhar dentro e fora do teatro.

Em outros tempos escrevi: Bethânia maximiza fatos. Eu creio em fatos... Cantei, gesticulei, busquei adjetivos novos, mas não encontrei. Inscrevi novamente a palavra devoção no nome dela...  Aqui, reescrevo essa mesma devoção renovada. Saí do teatro com a lua a brilhar no céu e esparramar encantamentos e magias, saí de alma lavada e perfumada pelo exercício de delicadeza de Minha Deusa a completar minhas tarefas diárias. Agora repito a mesma pergunta de tempos atrás nas palavras de nosso saudoso Gonzaguinha: “E a vida o que é diga lá, meu irmão?” Não dando mais para segurar, o coração, literalmente, explodiu...