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domingo, 13 de maio de 2012

Eterna Aprendiz


Até os meus dezoito anos, conheci o que significava a felicidade. 
Tive a boa fortuna de amar e conviver com uma pessoa maravilhosa. Bem quisera escrever mais sobre isso, porém é de amor que se trata e o amor é a mais bela de todas as frustrações, pois está acima do que se pode exprimir.
Na convivência diária, não cessava de apreciar através de seu comportamento de exemplos, a profundidade e a beleza do caráter da figura extraordinária que foi a mulher a quem tive a dádiva de poder chamar de Mãe.
Até quando a observava caminhar com ar tão simples, refinado e digno, a sua figura ereta, os lindos cabelos mostrando seus fios de ouro penteados caprichosamente, desabava sobre mim uma onda de amor, admiração, orgulho por tudo o que essa mulher significava e continua a significar para mim...
Ainda hoje, essa simples lembrança, me faz sentir um aperto na garganta e amplia meu coração!
Mãe, serei sempre uma eterna aprendiz do teu amor!

Fácil a gente ter mãe



Fácil a gente ter Mãe
nem todos percebem que a tem,
mas só de saber que ela existe,
que podemos encontrá-la a hora que desejarmos
que seus olhos sorrirão cheios de amor e bondade
ao ver nossa aflição;
que ao seu lado - ela que é frágil
confiantes no futuro 
o coração tão seguro
e o mundo todo tão bom
como se fosse verdade
só isto vale ter Mãe
e é uma felicidade.

Fácil a gente ter Mãe,
- quase toda gente tem -
Mãe é uma coisa tão bela!
Pena é ver que há pelo mundo 
os que só sabem que há Mãe
porque ouviram falar nela,
só a conhecem de nome, 
às vezes, nem isso,
Mãe é uma simples palavra
como uma nuvem ao vento,
um vazio pensamento.

Fácil a gente ter Mãe,
muitos nem percebem que têm,
todos os dias ao seu lado
quando se tem certeza 
e se sabe onde ela está
para dividir com ela
uma alegria, um revés,
que basta só querer vê-la
assim, é fácil ter Mãe.

Difícil, sim, é perdê-la
é ter que aceitar a ideia
de que no lugar de sempre
ela já não se encontra mais;
não adianta abrir a porta,
não passeia mais na varanda;
a cadeira está vazia,
na cama não há ninguém;
e aquela voz, aquela voz que nos confortava
que nos dava tanta paz,
que era um bem que não tem preço,
que era o nosso maior bem;
não ouviremos mais, calou-se
é que ela mudou-se para um plano superior.

Como é difícil perdê-la
procurar e não encontrá-la
não poder sentar-se ao seu lado
passearmos na varanda
vê-la no quarto ou na sala
que partiu sem ter volta
que pra nós, nunca mais volta
e, indefesos, sozinhos
termos que aceitar a sorte
por desolados caminhos
inconformados com a morte
perdidos, sem o seu carinho.

Fácil é a gente ter Mãe,
Mãe é assim como uma estrela
estrela guia que a gente traz dentro de nós guardada;
difícil sim, é perdê-la
como uma estrela-cadente
que de repente se apaga...

E eu, meu Deus, a perdi...