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quinta-feira, 13 de maio de 2010



Mãe, esse maior mistério que a vida me doou
esse coágulo de sangue morno
qual vermelha montanha viva que eu escalava para me livrar das feras
em cujo pico me deitava para desfrutar da brisa
e me ocultava em suas encostas para me refugiar dos tiros
Mãe, Amor!

Quando ainda criança brincando de andar
me joguei pela primeira vez do muro
amparou minha queda com firmeza
E me joguei de novo, e tantas outras vezes
você amparou minha queda com firmeza
Depois aprendi a me equilibrar no muro
e caminhar por suas bordas estreitas
Então me soltou, me sorriu
mas me acenou com tristeza

Minha Mãe,
mas quando você escorregou em tua forte caminhada
eu não soube amparar tua queda com firmeza,
pois sou tua filha, também não soube te sorrir
só sei que também te acenei com muita tristeza
E tua queda, Mamãe, certamente cravou meu coração
eterno aprendiz do teu amor.


domingo, 9 de maio de 2010

Um sábado no Mercado Central de BH


         
          Quem esteve no Mercado Central no sábado (08/05), teve o privilégio de presenciar um momento de encantamento.

          Neste que é um dos pontos mais movimentados e queridos de nossa capital mineira, o sábado transcorria como outro qualquer, algumas pessoas seguiam sua rotina de compras para o final de semana, outras já começavam a se reunir com os amigos para experimentar, ou disputar um lugar para provar o jiló que este ano é o ingrediente principal de um dos eventos gastronômicos de maior popularidade por aqui; o Comida di Buteco, outras pessoas ainda, estavam por ali apenas caminhando pelas ruas estreitas do Mercado como manda a tradição, saboreando uma água de coco, comendo um pedaço de abacaxi. Enfim, toda essa rotina seguia normalmente se não fosse por um fato inusitado. No burburinho num dos pontos do Mercado, surge do meio dos transeuntes, cantores interpretando trechos de uma das árias da ópera La Traviata de Giuseppe Verdi. As pessoas param encantadas para assistir, ou melhor, dizendo, para se emocionar. Um sujeito saca seu celular do bolso, faz uma ligação e diz: “- Meu amor, só escute!” – coloca o celular para cima para captar o som e transmiti-lo ao seu amor (que declaração! – penso).

Eliseth Gomes

          Num segundo uma pequena multidão se formou naquele ponto, a equipe de reportagem captava as imagens para a transmissão nos jornais locais, eu que estava ali junto com meus colegas de curso e nossa tutora que concordou em dar uma pausa nas atividades e provas que teríamos no dia, não sabia se fotografava, se cantava junto ou se chorava. Fátima, amiga de faculdade, se ocupou dessa tarefa em meu lugar, optei em fotografar. O fato é que estavam todos embevecidos, talvez muitos quisessem que aquele momento fosse prolongado, tamanha beleza do canto, da música e do momento, afinal de contas, não é todo dia que somos brindados com momentos assim.

Eliseth Gome e Marcos Paulo

          Fim da música, fim das fotos, é hora de voltar para a faculdade e retomar o que interrompemos para acompanhar essa intervenção. Pena, um dia tão lindo, que apenas estava iniciando, poderia se estender com uma ida à Praça da Liberdade e continuar com um sarau!

          Para quem não teve o privilégio que tivemos e quiser conferir, La Traviata abrirá a temporada de Óperas 2010, no Palácio das Artes de 18 a 27 de maio, vale à pena conferir.



Fátima - após a apresentação sendo entrevistada por Ricardo Soares (virou global!)
 
Ao centro, Eliseth Gomes, solista que interpreta Violetta Valéry em La Traviatta- show de simpatia e gentileza.
Da esquerda para a direita Bruna, Maria Alice, Fátima e Mariângela


Curiosidade: Uma intervenção como essa, foi realizada no Mercado Central da cidade de Valencia, na Espanha em novembro de 2009. A que aconteceu sábado - 08/05 no Mercado Central de Belo Horizonte, foi a primeira a ser realizada no Brasil.
Veja o vídeo feito por Paulo Cunha: