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quinta-feira, 13 de maio de 2010



Mãe, esse maior mistério que a vida me doou
esse coágulo de sangue morno
qual vermelha montanha viva que eu escalava para me livrar das feras
em cujo pico me deitava para desfrutar da brisa
e me ocultava em suas encostas para me refugiar dos tiros
Mãe, Amor!

Quando ainda criança brincando de andar
me joguei pela primeira vez do muro
amparou minha queda com firmeza
E me joguei de novo, e tantas outras vezes
você amparou minha queda com firmeza
Depois aprendi a me equilibrar no muro
e caminhar por suas bordas estreitas
Então me soltou, me sorriu
mas me acenou com tristeza

Minha Mãe,
mas quando você escorregou em tua forte caminhada
eu não soube amparar tua queda com firmeza,
pois sou tua filha, também não soube te sorrir
só sei que também te acenei com muita tristeza
E tua queda, Mamãe, certamente cravou meu coração
eterno aprendiz do teu amor.


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