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sábado, 12 de março de 2011



eu sou a palavra molhada
do palhaço mudo
eu sou a escada e seus degraus de desatino
... degraus completos, complexos – a vida
e seus silêncios de mármore branco

a montanha é o céu das minhas palavras
Anna tem os olhos do planeta
enfeita-se de raiz, divaga...
me esqueço no trecho da carta de Clarice Lispector...
coincide a  distância do não.

meus segredinhos guardados na caixa de fósforo
os remédios do futuro
música de Bethânia, palmas no terreiro

soluço de Bruxa no verão. envelope dentro do envelope do envelope. insatisfação. a metonímia do sonho. o desprezo às maiúsculas. a sociedade agiganta-se. corre desvairada. a moça se assusta. despeja os olhos caramelados da sacada. soluço de gente. passos. passos. pausa entre o som. circunstância. soluço de Bruxa no verão. Annynha na cidade de Belo Horizonte. flor de liz mimosa. vento bom. sol. a sociedade agiganta-se. nada jazz. nada fala. fora do tom. métrica desconexa. texto sem redação. pensamentos soltos. avisos. sonhos enrugados atravessam a rua. cromoterapia. deleite na ponta do arco-íris. morada de louco. gente sã. cinema. coragem. palavra. pouca. travessura. soluço de Bruxa no verão. Anna na cidade de Belo Horizonte. notícia estelar. pouco de pão. grão de palavra. desconexa no papel. nada jazz. métrica do não.

meus segredinhos guardados na caixa de fósforo
olhar de risos ingênuos
entornando a meninannynha sobre a mesa. a promessa.
o arremesso. a pausa. o entre (   ).
a conversa singular da cumplicidade. a cumplicidade de estar ali, simplesmente.

ouço o violão de Raphael Rabello; a voz de Maria Bethânia. uma prece.
resposta aos que desacreditam, aos que mascaram.

Mais que a dor do amor. Viver a dor me doeu. Eu quero mesmo é ser feliz. Amar,amor. Quem não semear, não vai colher. Ai de quem é um e nunca vai ser dois. Por não saber. Quem irá me valer? São as pessoas, é a caminhada. Quem irá me valer? São os meus sonhos no pó da estrada. Quem irá me valer? É o sorriso que guardo comigo. Quem irá me valer? É o segredo de fazer amigo.”

... aos que mentem, enganam, iludem ...
aos que armam-se por medo
aos falsos sins. aos graves nãos
aos Breno's, Ricardo's,Motta's, 
Martha's, Andrea’s, Adriana’s, 
Odete's, Conceição’s, Mírian’s
aos que iludem, aos que enganam
aos que mentem para si mesmos


sexta-feira, 11 de março de 2011



Me esqueci em alguma gaveta
na antessala do espetáculo.

                    futucar a unha
                    cavucar a terra
                    dar as mãos
                    agradecer.
                    bater o ponto
                    obedecer.
                    o cochicho
                    o fuxic
                    canto da sala
                    do cinema
                    duas flores desenhadas
                    no papel
                    o abismo
                    o velho
                    vento noticiando
                    as estrelas na madrugada
                    o vulto
                    o barulho oco
                    o morto o louco
                    o barulho
                    de futucar a unha
                    cavucar a terra
                    dar as mãos
                    agradecer
                    bater o ponto
                    obedecer
                    o cochicho
                    o fuxico...

                    asa          asa
                           não
                    ter             asa

segunda-feira, 7 de março de 2011

O ROSTO, NO AMOR


     Inútil mascarar ou fugir, que é mesmo o amor o centro vital, ponto de referência pessoal ou cósmico, raiz mãe de todo o humano comportamento.
     Qualquer de nós, ao entrar na maturidade ou decrepitude guarda dentro de si a imagem, psicológica e física, de pontos culminantes de beleza e plenitude que mais nos caracterizam e, isso é pelo amor. 
     Mulher nenhuma, dita velha, se desvincula daquele seu "maximum" em que se julgou menos imperfeita e mais autêntica - como também mais bonita, e haverá sempre um rosto de moça a que nos apegamos como a encarnação de nossa pessoa, em meio à desfiguração das compulsões. E o ponto culminante do nosso rosto sempre se refere ao amor: ponto de crescimento e trocas na proximidade, e a continuidade do que, pela admiração, a compreenssão prolonga o que de melhor tenhamos alcançado. 
     O nosso rosto, que é o fecho unificador de nossa identidade, permanece; com todas as potencialidades reveladoras de nossa alma, como sendo a nossa singularidade essencial - o rosto, no amor.


O post de hoje é dedicado à todas as mulheres, especialmente àquelas que fizeram e fazem parte de minha vida com seus ensinamentos, histórias, profissionalismo e exemplos, deixando em mim um pouquinho de si.
Cida's; Helena's; Luísa's; Elvira's; Ângela's; Áurea's; Fátima's; Auxiliadora's; Simone's; Lourdes; Delma's; Jane's; Leila's; Maria's; Clarice's; Clara's;Tereza's; Bethânia's; Leopoldina's...