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domingo, 12 de maio de 2013



     Neste dia das Mães que vai terminando, passei o dia com a minha no pensamento e no coração – saudades eternas...

     Minha Mãe foi uma mulher ímpar com qualidades que superaram em muito os defeitos comuns a qualquer ser humano. Jovem, menina ainda, saiu de Belo Horizonte e decidiu se fixar em São Paulo em busca de um sonho. Como nem tudo são flores, ela sofreu, caiu e levantou-se, nunca deixou de acreditar. Sempre impelida pelo sonho, foi tenaz, persistente, teimosa, perseverante. Começou trabalhando em casa de família, sim, minha mãe ainda menina foi empregada doméstica, trabalhadora que era não desperdiçava nenhuma oportunidade que fosse, afinal, precisava começar e como ela sempre me disse: “começamos a subir a escada sempre pelo primeiro degrau, nunca pelo meio...”

     Seu sonho? Cozinhar! Num tempo em que gastronomia nem era uma profissão da moda, nem tinha tanta evidência como nos dias de hoje. Tanto fez que acabou por conseguir realizar o que mais desejava, para isso, estudou, especializou-se, tornou-se Chef de Cozinha e cozinhou muito para grandes nomes da alta sociedade paulistana e personalidades nos anos setenta e oitenta, foi banqueteira, teve seu próprio restaurante. Cresci em meio à cozinha, as panelas industriais, receitas, produção, provas, aromas, cresci acompanhando a movimentação da cozinha num trabalho árduo e muitas vezes extenuante. 

     Dela herdei a teimosia, a persistência – “filha, siga sempre em frente, nunca pare no meio do caminho, indecisa, porque a indecisão é muito ruim, atrapalha e quando você resolver pode ser tarde...”

     Dela herdei o respeito pelo ser humano – “não somos mais do que ninguém, se você puder estender a mão nunca negue ajuda, se você tiver alguma coisa para dividir, divida, daqui nada se leva, nunca se sinta melhor do que ninguém por estar numa posição que considera privilegiada, porque o mundo dá voltas e não sabemos o dia de amanhã...”

     Dela herdei o senso de solidariedade – “se encontrar alguém que precise de qualquer coisa, nem que seja uma palavra amiga, um ombro para se recostar, um afago, braços que acolham, ouvidos atentos que escutem, nem sempre as pessoas necessitam apenas do que é material e, qualquer uma dessas coisas possuem um valor inestimável, não pense duas vezes para oferecê-los a quem quer que seja...”

     Dela herdei o senso do dever, da responsabilidade e o valor do trabalho – “nada na vida nos chega sem esforço, se quiser conquistar qualquer coisa que seja, trabalhe duro, não espere que as coisas aconteçam de graça ou venham facilmente até você, você precisa ser obstinada, disciplinada e persistente...”

     Dela herdei o valor da palavra empenhada – “você não é obrigada a prometer nada, mas uma vez prometido, tem o dever de cumprir, você deve se comprometer e cumprir com todos os compromissos que assumir, seja honesta, leal e verdadeira são essas coisas que honram o nosso nome e não podemos possuir nada de mais valioso do que um nome honrado...”

     Dela herdei o valor da humildade – “seja sempre você e, independente do que esteja realizando, pode ser a tarefa mais simples, faça-a da melhor maneira possível, faça com amor, se tiver que lavar panelas, lave-as muito bem, da mesma forma que se você for alguém que detenha algum tipo poder, nunca se esqueça de onde veio e não trate as pessoas à sua volta de maneira a fazê-las a sentirem-se humilhadas e nunca tente parecer aquilo que você não é...”

     Não tive o privilégio da maternidade, porém, me tornei mãe muitas vezes ao longo da vida, trago no sangue o que não pude desenvolver e abrigar no útero. Muitas vezes inconsciente, costumo exercer o dom da maternidade com os amigos, amigas, filhos destes, adoto quem chega, tento cuidar, cercar de carinho, cuidado, escuta, sensibilidade – valores que recebi de Dona Cida.

     Hoje, ao encerrar esse dia, materializo em palavras todos os melhores desejos que um filho pode ter pelas mães. Encerro com o pensamento mais intenso em minha Mãe e peço-lhe a bênção onde ela estiver como sempre faço. Encerro me lembrando de todas as amigas que construíram suas famílias e cuidam de suas crias se empenhando em encaminhá-las pelo caminho do bem com seu amor incondicional, com seus valores, com a sua bravura e as suas exigências, porque “há que endurecer-se,  mas sem jamais perder a ternura”, quer pessoa que melhor consegue colocar isso em prática do que uma mãe?

Encerro o dia com o pensamento voltado a Maria, Mãe de Jesus, Maria como minha Mãe, Maria que suportou a maior dor que uma mãe poderia suportar, a dor de acompanhar os passos de Seu Filho até o calvário e vê-lo sofrer toda a sorte de humilhação, toda a carga de sofrimento e vê-lo crucificado por amor à uma causa maior chamado AMOR.  A Maria, elevo meus pensamentos e peço-lhe que abençoe todas que cumprem o sacerdócio que é ser Mãe.

Feliz dia todos os dias, Amigas!
Um grande beijo em todas vocês cheio de carinho e reconhecimento por tudo o que são e por tudo o que representam.

Marília Assis, Luciana Assis, Cristina Froes, Elisabete Brandão, Odelma Silva, Regina Osikawa, Ângela Guzzo, Rosimeire Venancio, Andrea Bergamascki, Elisabete Brandão, Edilaine Gervasio, Delza Andrade, Fatima Ruiz, Zenaide Nascimento, Raquel Ferreri, Giovana Maciel, Rosimeire Pfau, Elfi Pfau, Silvia Rodrigues, Simone Rodrigues, Marcia Gama, Isis Correa, Alessandra Horta, Cris Faccioli, Poli Moria, Claudia Inocêncio,Vânia Domiciano,Vanilda Sexto, Vania Sexto, Adriana de Moraes, Sidirléia Reis, Deva Soares, Nilda Gomes, Wanessa Fernandes, Sara Osikawa, Debora Osikawa, Juliana Ferreira...