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quarta-feira, 20 de abril de 2011



Apesar
de sofrer muito
meu penar
é um pesar
que não pode pesar

Vou andando nessa chuva
estou embaixo
ela é forte
tenho sorte
eu sei que o vento muda
o meu jeito de crescer.

Vou em busca
de um presente
consciente hoje
resistente amanhã
por uma razão de viver
de me mexer
de ser

É um filme,
eu sei que é
eu sou a protagonista
que nisso está
e que atravessa caudalosos
cautelosos rios
Tentando dar a mão
àqueles que não sabem o caminho
caminho para não sei onde...

Vou chegando perto
de onde me querem
apesar das pedras
das depressões
do bueiros
das águas barrentas
em contato com o asfalto
das pessoas

Não são minhas
as águas
que caem límpidas
como cachoeira
torrente
crescente - lua
intensamente
me lavando
me batizando
me mostrando
que eu ainda estou
engatinhando.

Não se importe
com meu rosto
tão molhado
tão desmascarado...
pegue um pano
enxugue desses meus olhos
a tristeza de ter sido cega
durante tanto tempo!
E vamos tentar,
a partir de cada um,
sermos um todo.


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